Ano do Laicato: Assumir a missão de batizados, com amor e
alegria
“Assumir a missão de batizados, com amor e alegria.
Dedicar-se a fazer a experiência e o testemunho de cristão autêntico,
vivenciando e sendo missionário. É uma caminhada contínua e em evolução, que
todos os dias vamos desenvolvendo em nosso cotidiano.” Esta é a definição que
Luciana Mariz Gelatti Linassi, 42 anos, faz do ser leigo atuante na Igreja.
Ela, que é agricultora, mãe, esposa, dona de casa, iniciou sua caminhada na
igreja aos 6 anos de idade, com a catequese. A partir de então, não parou mais
de se envolver e participar na sua comunidade, como: participando da liturgia,
equipe de animação, catequista, Família de Nazaré, CPP, CPA. “Hoje estou mais
dedicada a Coordenação de liturgia da Paróquia São José de Pejuçara, mas ainda
participo de minha comunidade mãe, Santo Antonio, onde nasci”, conta.
Nascida no interior, sempre sentiu muito respeito pela
profissão que também é de seus pais. Conviveu com pessoas que sempre
demonstraram muito amor e dedicação pela agricultura e, por isso, sentiu-se a
vontade em assumir essa profissão. Hoje, casada, tem dois filhos: Rafaela (18
anos) e João Augusto (8 anos) para quem transmitiu o amor de servir à Igreja,
servir a Deus.
Para Luciane, é preciso caminhar mantendo-se atento ao
chamado que todos recebemos e permitir que as portas estejam abertas e estar
disponíveis a aceitar e viver esta caminhada. “Ser leigo atuante na igreja é
compreender que Cristo faz parte de nossa vida, que nossa missão não é um fardo
ou obrigação, mas temos a compreensão de “pertença” e Ele nos convida a doar
nosso tempo e amor em seu favor. Não é fazer tudo sozinho, mas caminhar com os
outros, pensar na comunidade, atuar pela comunidade e na comunidade, a conduta
precisa ser de unidade, não somos nós que definimos a Igreja, somos parte deste
projeto, complementamos e atuamos como ponte para evangelização, fazendo isso
com amor e fidelidade a Palavra de Deus.
Mãe, mulher, agricultora, dona de casa, leiga...
A mulher moderna se depara com a multiplicidade de tarefas,
tendo que conciliar o prazer de ser mãe e cuidar dos filhos, com o trabalho,
com a casa, enfim. Para Luciane, estas tarefas não são vista como uma
obrigação, mas sim, como um presente de Deus. “Ser mulher, filha, esposa, mãe,
dona de casa, ter uma profissão e uma fé que cresce ainda mais, a cada dia,
para mim é como ‘um chamado’. Só estou aceitando e fazendo o que faço com todo
amor e zelo que a família merece. Eu sei que só tenho minha família e minha
vida porque Deus quer assim. Cristo é minha família, é meu alimento, é minha
necessidade e sinto uma gratidão imensa em fazer parte do Projeto de Deus. “E
pelo mundo eu vou, cantando Teu amor. Pois disponível estou, para servir-te
Senhor”, ressalta.Quando questionada sobre o motivo de dedicar-se também ao trabalho à Igreja, Luciane declara: “Porque não sou ninguém sem Cristo em minha vida. Desde pequena via meus avós, minha família sendo movidos pela devoção a Deus. Cresci desta forma, deslumbrada com a obra de Deus. A catequese iniciei muito pequena, aos 6 anos, e fiquei apaixonada pelo que fui conhecendo. Um Deus que faz parte de minha vida. Sinto a necessidade de trabalhar na Igreja, não importa no que vou fazer, mas desempenho o que faço inteiramente, de coração alegre e entregue a Cristo”, diz.
O Ano do Laicato
O Ano do Laicato vem para que possamos ouvir ao chamado,
reforçar que possamos assumir verdadeiramente nosso compromisso de batizados.
Não é algo novo, é algo a ser retomado pela vivência e pela experiência em
comunidade. É compreender sobre que Cristão eu sou? E que Cristão eu quero ser?
Apenas participo de minha comunidade, ou não me envolvo? Ou sou participante e
atuante na comunidade? Precisamos compreender que Deus faz parte de nossa vida
diária, e se SOMOS IGREJA, nós somos responsáveis pela sua permanência e
revitalização. “Precisamos ser Sal da terra e Luz do mundo”, não resolveremos
os problemas do mundo, mas partilhando em comunidade o que cada um pode
doar-se, fazendo e aperfeiçoando aquilo que sabe fazer, a PARTILHA será de
unidade, não fica pesado para ninguém, quando há disponibilidade. O trabalho
não é para ser somente de uma pessoa, mas “com unidade”, ou seja, de comunidade
e assim, faremos a diferença. Nossa compreensão vem de acordo com a nossa
dedicação, fazendo formação, buscando compreender a Palavra de Deus e
colocando-a em prática.
Precisamos nos disponibilizar, precisamos esquecer de que
não temos tempo e sim: que ainda há tempo. Quando compreendemos que estar a
serviço é inexplicável, não sentimos essa sensação de esgotamento, mas a
sensação de missão acontecendo e sendo necessária e constante em nossa vida. A
famosa “busca pela felicidade” esta aqui, é na compreensão de vida, a partir do
momento que aceitamos Deus em nossa vida, nosso entendimento é extremamente
crescente, é sentir que o Espírito Santo age em nossa caminhada e nos fortalece
a prosseguir com alegria no coração.
Precisamos olhar para nossa comunidade e nossa Igreja, como
olhamos para nossa FAMÍLIA. Todos somos co-responsáveis uns pelos outros,
ninguém faz nada sozinho ou pensando em si próprio, nos dispomos a contribuir
para que todos possam se sentir bem e feliz. Ninguém é mais ou menos
importante, todos temos o mesmo valor, não fizemos nada esperando algo em
troca, mas porque sabemos que cada um precisa fazer sua parte. A gratuidade vem
de Deus, não desempenhamos nenhum trabalho na Igreja buscando “ser visto”,
“notado” ou “promovido”, apenas nos dispomos pela compreensão de realizar a
nossa vocação.
Ninguém pode permanecer “leigo no assunto”, todos precisamos
conhecer e nos dispor. Todos somos chamados! Escuta a voz de Cristo no silêncio
a te chamar. Todos somos chamados: Vá e se disponha com humildade no coração,
em sua comunidade, ofereça-se com aquilo que você sabe fazer, converse com os
que já atuam, para ver no que você pode
contribuir. Não podemos esquecer que
somos parte de um grande grupo, não podemos ser arrogantes ou pretensiosos,
achando que tem que ser feito de um jeito pessoal, nosso guia é Cristo e nosso
manual é a Palavra de Deus. Não criamos nada! Vivenciamos e testemunhamos nossa
fé, sendo fiéis a Deus. Na caminhada em comunidade, vamos desenvolvendoa
sabedoria, e a graça de Deus permanece em nossa vida.Publicada em 22/05/2018 às 11:06:34
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